Hipercromias: As Temidas Manchas na Pele!

Desordens na pigmentação originadas por uma produção excessiva de melanina, as hipercromias cutâneas contrastam com regiões adjacentes, formando uma diferença de tonalidade por concentração localizada de pigmentos.

Fatores que podem ocasionar esse escurecimento são:

• Exposição solar, radiação ultravioleta;
• Traumas na região (acne, picada de inseto, queimadura e peeling);
• Alguns medicamentos (anticoncepcionais, amiodarona e fluoxetina);
• Fatores hormonais (gravidez, hormônios da hipófise, estrogênios e da tireoide);
• Fatores nutricionais: oligoelementos (zinco e cobre), adoçantes (ciclamato e sacarina);
• Deficiência de vitaminas A e C;
• Distúrbios orgânicos: hepatopatias (doenças do fígado);
• Fator genético: envolvido em todos os estágios da melanogênese.

Entendendo a hipercromia

A melanina é o pigmento responsável por dar cor a pele. Consiste em uma molécula complexa responsável pela fotoproteção, agindo como um filtro solar absorvendo a radiação UV.

Por sua vez, os melanócitos são as células capazes de realizar a produção de melanina. Representam, em média, 13% das células localizadas na epiderme. Encontram-se presentes na epiderme, nos folículos pilosos e nos olhos.

Melanogênese é a produção de melanina. Nesse processo de produção, o aminoácido tirosina, na presença da enzima tirosinase, origina a melanina, depois de complexas e numerosas reações químicas que acontecem nos melanossomas (organela responsável pela síntese e deposição de melaninas). 

É esse processo que caracteriza a fabricação e distribuição das melaninas na epiderme e nos pelos.

Essa produção acontece em 3 etapas:

• A síntese da tirosinase, que ocorre por meio da ação dos ribossomos, do retículo endoplasmático e do complexo de Golgi;
• Depois, acontece a formação dos melanossomas que aparecem a partir do complexo de Golgi;
• Na terceira etapa, a produção de melanina é feita no interior dos melanossomas.

Durante este processo 2 tipos de melanina são formados: a eumelanina (marrom) e afeomelanina (pele clara). Ambos os tipos de melanina são produzidos em todas as pessoas, no entanto, uma em maior quantidade, criando as mais variadas nuances de tom de pele.

Distúrbios na produção de melanina relacionados à fatores desencadeantes, dão origem ao surgimento das manchas que podem ser classificadas como:

Melasma ou Cloasma Gravídico

Manchas acastanhadas, simétricas e bilaterais no rosto (testa, têmporas e bochechas). Ocorre majoritariamente em mulheres e indivíduos de pele morena. É associada a fatores hormonais, uso de cosméticos, exposição a luz solar e herança familiar. Quando ocorre durante a gravidez é chamada de cloasma.

Hipercromias Pós-inflamatórias

São manchas que acontecem depois de um processo inflamatório como acne, picadas de inseto, uso de ácidos sem proteção solar, reações alérgicas, cicatrizes e pelos encravados. São mais frequentes em pessoas de pele morena e negra.

Efélides ou Sardas

São manchas castanho-claras ou escuras (2-4mm) que aparecem dos 6 aos 18 anos depois da exposição solar. Espalham-se pelo rosto e pelas partes cobertas do corpo. São resultado da elevação de atividade dos melanócitos sem alteração no número, porém não são malignas.

Melanose ou Lentigo Solar

Consiste em manchas escuras, de coloração castanha à marrom em tom uniforme. São encontradas no dorso da mão, na face, colo, braços e ombros por serem áreas que ficam muito expostas ao sol. São mais frequentes em indivíduos de pele mais clara, e apresentam-se em adultos com mais de 50 anos, sendo rara sua aparição em pessoas abaixo dessa idade. O sol é seu principal causador.

Melanoderma Residual

Tratam-se de manchas marrons de origem epidérmicasformadas especialmente pelo contato com substâncias fotossensibilizantes e subsequente exposição ao sol. São popularmente conhecidas como manchas de limão. Seus fatores causadores geralmente são perfumes, frutas cítricas, plantas, medicamentos e substâncias encontradas nos fotoprotetores químicos (ex: PABA, benzofenonas).

Hiperpigmentação Periorbital (olheiras)

Acontece na área periocular e é frequente em ambos os sexos. Se dá de acordo com a elevação de melanina na epiderme, má vascularização da região e ainda por fatores genéticos (gene autossômico dominante). Outros fatores podem ser noites mal dormidas, cansaço, alimentação inadequada, estresse físico ou emocional.

Tratamentos

A produção de melanina se dá através de 4 vias principais: neurócrina, ação hormonal, atividade parácrina e ação inflamatória. 

Isso faz com que o tratamento não seja igual para todo tipo de hipercromia e pessoa. Precisam ser consideradas as diversas vias de produção de melanina e, de acordo com o tipo, fazer o uso de terapias combinadas.

Exemplos de ativos de uso tópico podem ser:

• Ácido azeláico;
• Ácido retinoico;
• Alfa-arbutin;
• Ascorbosilane C;
• Belides;
• Biowhite;
• Hidroquinona;
• Niacinamida;
• Sepiwhite MSH;
• Skin Whitening Complex.

Ativos de uso oral:

• Oli-Ola;
• Romã extrato seco;
• Picnogenol.  

É imprescindível lembrar do uso do protetor solar, até em dias que não tenham sol, pois é a melhor maneira de prevenir manchas originadas da exposição solar.

Nem toda mancha pode receber o mesmo tratamento, é necessária uma boa anamnese para identificar a causa, o agente causador e, após isso, escolher o tratamento mais indicado.

Por isso, procure sempre a orientação de um profissional qualificado!